Se este título vos parece familiar não é pura coincidência. De blog para blog porque o importante é a troca de experiências e a aprendizagem contínua.
Tivemos recentemente um artigo (À Mesa com as Emoções) que nos falava da dimensão da experiência de comer e de cozinhar. A alimentação é uma necessidade, disso ninguém tem dúvidas, mas, associada à necessidade biológica dissemos também que comer é sinónimo de prazer, família, amigos, comunidade, convívio, espiritualidade, identidade e esta traduz-se em sentimentos, emoções e sensações.
E depois o que acontece?
Quando nos sentamos à mesa com todas as emoções ao rubro o que fazemos?
Será que só sentimos prazer se ingerirmos uma refeição rica em calorias?
Não pensamos e decidimos sobre a resposta a estas questões, repentinamente, quando nos sentamos à mesa. É necessário que se formule e consolide a nossa forma de estar em relação à alimentação para que, nos momentos de maior tentação, possamos utilizar a agilidade mental e o autocontrolo para fazer as opções acertadas de forma natural, sem sacrifícios e sem arrependimentos tardios.
O cérebro é o “motor” que recebe, acumula e analisa todos os estímulos e, posteriormente comanda as ações e os comportamentos. Os processos mentais e a alimentação estão directamente relacionados.
Se por um lado é através do cérebro que conseguimos controlar e focar a nossa decisão por uma alimentação saudável, ou não, por outro lado, optar por uma alimentação saudável trará imensos benefícios para o cérebro. O cérebro tem na sua constituição nutrientes que advêm da alimentação, influenciando o seu desenvolvimento, as capacidades cognitivas e reduzindo a probabilidade de aparecimento e agravamento de algumas patologias.
Então, se os processos mentais são assim tão importantes resta-nos uma solução: Aprender a nutrir o cérebro!
E agora estou a falar de outro tipo de nutrição. Não, não é a nutrição através da qual o organismo assimila nutrientes para a realização das suas funções vitais, mas sim, a nutrição da alma, da mente e do presente.
Como explica a minha amiga Tânia Almeida no seu blog:
“(…) Mindfulness é a prática do “momento-a-momento”, na qual a mente está focada no presente. Em vez de agir/reagir em piloto automático a maior parte do seu dia, esta prática permite-nos distanciar e analisar os sentimentos de stress e ansiedade de forma a serem mais controláveis e menos destrutivos na nossa vida (…).”
Se conseguirmos atingir este patamar de consciência teremos um maior controlo sobre as nossas ações e comportamentos. E sim, podemos cometer alguns abusos, alguns excessos, periodicamente, mas até esses têm de ser exercidos com consciência.
Assim podemos ser nutricionalmente felizes e esta felicidade é atingida através do mesmo prazer da refeição, independentemente, dos alimentos que vamos ingerir. Não importa se é uma porção de brócolos ou uma fatia de bolo de chocolate, importa qual o significado que damos ao que vamos comer, de que forma isso se reflecte no nosso bem-estar, físico e mental, e das emoções e sensações que resultam do convívio ou da tranquilidade do ato.
Tudo depende de Ti!
Muda-te. Inspira-te.
No vídeo que se segue temos o prazer e o privilégio de poder ouvir um testemunho duplo, da Tânia Almeida que é Médica-Cirurgiã e da Ana Aniceto que é Nutricionista. Autoras do Blog Mindfulness para Glutões (https://mindfulnessparaglu.wixsite.com/website)