Liberdade.
Palavra que ecoa, que pulsa,
Que vive dentro de cada um de nós,
Que se ergue em cada abril,
Como cravo que rompe o silêncio e floresce na voz
Abril abriu portas e janelas,
Mas há grades que o peito detém,
Prisões que habitam dentro de nós,
Onde o silêncio ainda se mantém.
Não basta sair à rua,
Se o peito continua fechado,
Se o medo cala a tristeza,
Se o riso se ergue forçado.
Liberdade é mais do que grito,
É saber escutar o coração,
É poder dizer “não estou bem”
Sem pedir, nem dar justificação.
É poder mostrar fraqueza,
Sem que isso pese ou doa,
É chorar quando se precisa,
É ter uma alma que voa.
É aceitar cada emoção,
Sem filtro ou censura imposta,
É abraçar a própria sombra
E dar espaço à resposta.
Liberdade é ter coragem,
De viver de forma plena,
Sentir raiva, amor e ternura,
Como quem escreve um poema.
É falar da dor que aperta,
É pedir ajuda e poder ter,
Um espaço onde a mente
Se permita florescer.
Liberdade é tudo e muito mais,
É cuidar do que não se vê,
É saber-se humano e digno,
Mesmo quando não se crê.
Porque a verdadeira revolução,
É íntima, é visceral,
É ser livre por inteiro,
Na alma e no Ser emocional.
Neste Abril que celebramos,
Mais que história ou tradição,
Há batalhas tão internas,
Que também nos pedem uma canção.
Abril trouxe-nos à rua,
Trouxe voz, trouxe canção,
Que Abril permaneça dentro de nós,
Na razão e na emoção.
Texto de MD