Carrego no peito um profundo respeito por todas as fases da vida, mas não consigo olhar para a palavra “idoso” e vê-la apenas como um número ou uma etapa. Para mim, um idoso é uma biblioteca viva. É uma história que respirou alegrias, dores, descobertas. É uma alma que já dançou com o tempo e guardou dentro de si um oceano de memórias.

Que mundo é este que estamos a viver, por vezes corre depressa demais, valoriza o novo, o imediato, o descartável. E, nessa pressa, esquecemo-nos de olhar para quem já percorreu o caminho antes de nós. Esquecemo-nos que cada ruga conta uma história, cada olhar carrega um mapa de experiências. Para mim, cada pessoa idosa é uma chama acesa, não de passado, mas de presença. São mestres silenciosos de um saber que não se aprende em livros: são paciência, resiliência e simplicidade.

Tenho um carinho enorme por essas vidas que já viram tanto, que já amaram tanto, mas que às vezes parecem ser invisíveis. Reflitam e sintam o privilégio de ouvi-los, de lhes dar espaço e de celebrar, não a idade, mas a vida vivida, a sabedoria adquirida e a coragem de terem chegado até aqui e de se adaptarem a este mundo líquido, escorrido.

Que nunca se perca a capacidade de ver nos idosos não o peso do tempo, mas o brilho da história. Que saibamos honrar quem construiu caminhos antes de nós. Porque, no fundo, quando respeitamos os idosos, estamos a respeitar também o nosso próprio futuro.

A velhice… ah, a velhice tem uma beleza que só os corações atentos conseguem ver.

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