Há um momento do ano em que o corpo já não mente.
Em que o silêncio começa a gritar mais alto do que o ruído dos dias apressados.
Em que os sorrisos se tornam mais cansados, e até a alma pede abrigo.

As férias aproximam-se, como quem chega com cuidado, sabendo que já não temos força para grandes algazarras.
Queremos sol, sim, mas aquele que aquece por dentro.
Queremos descanso, mas não só do trabalho, queremos descanso da exigência, da cobrança, da sobrecarga invisível que fomos carregando ao longo do ano.

Este foi um ano cheio… intenso, muito intenso.
Cheio de luzes, de encontros, de vitórias silenciosas.
Mas também cheio de quedas, de dúvidas, de lágrimas escondidas.
Foi um ano que me trouxe muito, mas que me levou ainda mais.

Hoje, sinto os meus “reservatórios” em baixo.
A paciência rareia, a tolerância esgota-se, a compreensão fraqueja.
E tudo isso me mostra uma verdade simples: é preciso parar.

Parar para respirar fundo.
Parar para voltar a ouvir-me.
Parar para lembrar quem sou, para além de tudo o que faço.

E é nisso que acredito: no poder restaurador da pausa.
Na sabedoria do tempo lento.
Na cura que só o silêncio e o calor sabem oferecer.

Tenho esperança.
Esperança de que este verão não seja apenas mais uma estação, mas um recomeço.
Que o descanso me devolva o brilho no olhar, a força nos gestos, e a fé tranquila de que, mesmo quando tudo parecer muito, eu continuarei a ser capaz.

Que eu volte com o coração mais leve,
com a mente mais clara,
e com a alma novamente inteira.

E para vocês, que me leem, desejo que também encontrem esse tempo
de paz, de pausa e de reencontro.

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