Hoje, não conto apenas mais um ano
Conto passos
Conto silêncios que me ensinaram
e palavras que me libertaram.

Hoje, não é só o calendário que vira
eu também.
Viro mais uma página
e descubro que a história continua boa,
mesmo com umas vírgulas fora do lugar.

Há caminhos que se fecharam
para abrir espaço a outros,
mais verdadeiros,
mais meus.

Carrego no peito
cicatrizes que não pedem desculpas
e sonhos que ainda não aprenderam
o peso da gravidade.

Aprendi que o tempo não me envelhece
Tempera-me.
E que, para certos desafios,
o truque é rir primeiro
e resolver depois.

Descobri que rugas
são anotações de rodapé
explicam histórias
que não couberam no texto.

O tempo não me rouba
Lapida-me
E, no espelho,
reconheço, não quem fui,
mas quem me estou a tornar.

Que venham as horas,
com a sua pressa ou a sua calma
Porque entretanto, eu sigo,
entre o ontem que me fez
e o amanhã que me chama.
 

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