Hoje sou uma sombra de mim,
Um vazio que ecoa no peito,
Um murmúrio de inquietação,
Sem rosto, sem forma, sem jeito.
Carrego um peso sem nome,
Um silêncio que grita em mim,
Um céu nublado de dúvidas,
Um início que não tem fim.
Sinto o mundo a apertar,
E as horas a sufocar,
Um turbilhão de pensamentos
Que não consigo organizar.
A opressão é uma onda invisível,
Que arrasta sem nos tocar.
A preocupação é uma chama insistente,
Que arde sem se apagar.
Procuro as palavras no escuro,
Mas fogem, escorrem e somem.
Resta-me apenas o sentir,
E esperar que o silêncio me tome.
Que este estranho pesar,
Possa ir, ainda que tenha de voltar.
E no espaço que ele deixa livre,
Eu encontre paz para respirar.
Texto de MD