O amor acontece, nasce uma relação e esta atinge o auge com o surgimento do bem mais precioso que são os filhos. Este(s) diamante(s) que enriquece(m) o tesouro familiar são o centro das atenções e das prioridades do casal.
Mas o amor pode não ser eterno e o “viveram felizes para sempre”, por vezes, só acontece nas histórias e nos filmes com final feliz.
E quando a separação se torna uma realidade o que acontece aos filhos?
Consciente ou inconscientemente podem adotar-se comportamentos irresponsáveis através dos quais as crianças/jovens são “usadas” como arma de arremesso para atingir o outro. A alienação paternal que têm por objetivo denegrir a imagem do ex-cônjuge pode causar danos de grave intensidade na criança/jovem.
Salvo situações em que um dos progenitores apresenta um comportamento desequilibrado e de risco, não podemos esquecer que a prioridade tem de ser o bem-estar emocional do(s) filho(s) e esse objetivo atinge-se através da presença saudável do pai e da mãe. Um não substitui o outro.
Quanto menor for a idade, mais graves podem ser as consequências desta situação no desenvolvimento da criança. Nesta fase não haverá ainda capacidade de análise, compreensão e senso crítico para formular uma opinião, defender-se e expor o seu ponto de vista.
Também a privação da presença de um dos progenitores pode ter efeitos traumáticos e provocar estigmatização afetando o desenvolvimento da criança e a sua capacidade de estabelecer relacionamentos futuros.
Todos têm o direito de reestruturar a vida, dar-lhe um novo sentido, mas a posição dos filhos neste novo contexto não pode ser negligenciada. A sua segurança e equilíbrio emocional têm de ser uma prioridade. Se os pais não se sentem capazes de proporcionar às crianças/jovens os recursos necessários para que consigam lidar com as mudanças em curso devem procurar ajuda de um profissional, pois o que por vezes parece ser insignificante pode trazer consequências graves no futuro.
Permitam que a criança/jovem tenha família, mesmo que não seja a dita família convencional!
“Não é a carne e o sangue, e sim o coração, que nos faz pais e filhos.”
FRIEDRICH SCHILLER