100 anos … Um Centenário
O centenário de um escritor, de uma personalidade eterna.
Entre romances, contos, ensaios e crónicas,
Poesia, diários e memórias,
Que nos provocam uma inquietação interna.
Esta inquietude, revolta e insatisfação
Que de todos faz parte e nos alteia
Principalmente para os Levantados do Chão
Que o mundo ainda olha de forma alheia.
História, religião, reis e rainhas
Qual Memorial do Convento
É actual o mundo artificial de uns
Em prol do sacrifício de outros, ignorando o seu lamento.
A Jangada de Pedra imobilizada
Permite calma e reflexão ao redor da fogueira
Não creiam que nos podem atirar areia para os olhos
Pois não somos personagens no Ensaio sobre a Cegueira.
Entre seres Deste Mundo e do Outro
Sejam Caim ou o Homem Duplicado
Entre todos… os desentendimentos prosperam
Neste mundo real ou com Deus personificado.
Rezemos então se somos crentes
O Evangelho Segundo Jesus Cristo
Numa perspectiva de vida real e humanizada
Numa nova visão e num surpreendente registo.
No último Caderno de Lanzarote
É-nos apresentado de forma mais ou menos consciente
O diário de uma vida repartida entre dois mundos
E de um eterno desassossego impaciente.
Já sem Saramago nesta vida que nos é comum
Mas sempre presente na Maior Flor do Mundo
Delicadamente no Silêncio da Água
Encontraremos o nosso Ser mais profundo!